quinta-feira, 8 de agosto de 2013

QUE EU NAO PERCA

VALORIZANDO OMUNDO AO NOSSO REDOR

MENSAGEM SOBRE A UMBANDA



 
























REFLEXÕES ESPÍRITAS

 

 

 
 


O SÁBIO




O sábio, para ser feliz, olha abaixo de si e jamais acima,
a não ser para elevar sua alma até o infinito.

O EGOISMO



 O egoísmo é a negação da caridade.
Ora, sem a caridade não haverá
descanso para a sociedade humana







EDUCAÇÃO



A educação, se bem entendida, é a chave do progresso moral.


Dar a educação e a instrução, quer dizer, 
dar os meios de saber se conduzir   

         

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
 

Espiritismo! doutrina consoladora e bendita! felizes
dos que te conhecem e tiram proveito dos salutares
ensinamentos dos Espíritos do Senhor


Se perdoardes aos homens as faltas que cometerem
contra vós, também vosso Pai celestial
vos perdoará os pecados


Sede indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que elas sejam,
  não julgueis com severidade senão as vossas próprias ações e
o Senhor usará de indulgência para convosco, como de
indulgência houverdes usado para com os outros. 


A indulgência não vê os defeitos de outrem,
ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los.
Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos
senão dela unicamente, e, se a malevolência os descobre,
tem sempre pronta uma escusa para eles,
escusa plausível, séria, não das que,
com aparência de atenuar a falta,
mais a evidenciam com pérfida intenção


Disse-vos, não há muito, meus caros filhos,
que a caridade, sem a fé, não basta para
manter entre os homens uma ordem
social capaz de os tornar felizes

 


A benevolência para com os seus semelhantes,
fruto do amor ao próximo,
produz a afabilidade e a doçura



. Aprendestes que foi dito: "Amareis o vosso próximo e odiareis os vossos inimigos
." Eu, porém, vos digo: "Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam
e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim de serdes filhos do vosso Pai
que está nos céus e que faz se levante o Sol para os bons e para os maus e
que chova sobre os justos e os injustos
O corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmo modo que não dá
os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito



Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas,
haverá sempre um caminho para o mais sagaz, uma luta de interesses,
onde são pisoteadas as mais santas afeições...)."
Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Amigos, atentai para  o fato


O amor é de essência divina e todos vós,
do primeiro ao último, tendes, no fundo
do coração, a centelha desse fogo sagrado. "
Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritísmo 


"O amor resume inteiramente a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência,
e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado.(...)
Feliz aquele que ama, porque não conhece nem a angústia da alma, nem a miséria do corpo;
seus pés são leves e vive como que transportado para fora de si mesmo.(...)no seu início o
homem não tem senão instintos, e aquele, pois, em quem os instintos dominam está mais
próximo do ponto de partida que do objetivo. Para avançar em direção ao objetivo, é preciso
vencer os instintos em proveito dos sentimentos, quer dizer, aperfeiçoar estes, sufocando os
germens latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento;
eles carregam consigo o progresso, como a bolota encerra o carvalho, e os seres menos
avançados são aqueles que, não se despojando senão pouco apouco de sua crisálida,
permanecem escravizados aos instintos."
Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo


O sublime da religião cristã tem sido de tomar o direito pessoal
por base do direito do próximo.


Não violenteis nenhuma consciência; não forceis ninguém a deixar a sua crença
para adotar a vossa; não lanceis o anátema sobre os que não pensam como vós.
Acolhei os que vos procuram e deixai em paz os que vos repelem. 




Deus pôs no fundo do vosso coração uma sentinela vigilante,
que se chama consciência.
Ouvi-a, que ela só dará bons conselhos.

Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo
 
 
 
 

CENTROS VITAIS


REPRESENTAÇÕES
Centro Coronário

Sobre este centro vital, André Luiz afirma que temos particularmente nele o ponto de interação entre as forças determinantes do Espírito e as forças fisiopsicossomáticas organizadas.

Dele partindo, desse modo, (...) a corrente de energia vitalizante formada de estímulos espirituais com ação difusível sobre a matéria mental que o envolve, transmitindo aos demais centros da alma os reflexos vivos de nossos sentimentos, idéias e ações, tanto quanto esses mesmos centros, interdependentes entre si, imprimem semelhantes reflexos nos órgãos e demais implementos de nossa constituição particular, plasmando em nós próprios os efeitos agradáveis ou desagradáveis de nossa influência e conduta.

A mente elabora as criações que lhe fluem da vontade, apropriando-se dos elementos que a circundam, e o centro coronário incumbe-se automaticamente de fixar a natureza da responsabilidade que lhe diga respeito, marcando no próprio ser as conseqüências felizes ou infelizes de sua movimentação consciencial no campo do destino.

Notamos através desta afirmativa que o centro coronário tem a função de supervisionar os outros centros vitais e que ele é o responsável pela implementação da lei de causa e efeito na intimidade do Ser Espiritual.

Centro Cerebral

Está contíguo ao centro coronário, que ordena as percepções de variada espécie, que, na vestimenta carnal, constituem a visão, a audição, o tato e a vasta rede de processos da inteligência que diz respeito à palavra, à cultura, à arte, e ao saber. É no centro cerebral que possuímos o comando do núcleo endócrino, referente aos poderes psíquicos.

Centro Laríngeo

É o centro vital que preside aos fenômenos vocais, inclusive as atividades do timo, da tireóide e das paratireóides, controlando notadamente a respiração e a fonação.

Centro Cardíaco

É o que sustenta os serviços da emoção e do equilíbrio geral, dirigindo a emotividade e a circulação das forças de base.

Centro Esplênico

Conforme orientação dada pelo ministro Clarêncio na obra “Entre a Terra e o Céu”, o Centro Esplênico regula a distribuição e a circulação adequada dos recursos vitais em todos escaninhos do veículo de que nos servimos. Relativo ao corpo denso, ele está situado na região do baço.

Centro Gástrico

Responsabiliza-se pela penetração de alimentos e fluidos em nossa organização, é pela digestão e absorção dos alimentos densos ou menos densos que, de qualquer modo, representam concentrados fluídicos penetrando-nos a organização.

Centro Genésico

Neste centro se localiza o santuário do sexo, como templo modelador de formas e estímulos criadores, com vistas ao trabalho, à associação e à realização entre as almas.

Livro: Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho

CENTROS DE FORÇA

 

Centros de força ou centros vitais são acumuladores e distribuidores de força espiritual, situados no perispírito, pelos quais transitam os fluidos energéticos. Não constituem parte intrínseca da estrutura do Espírito, pois são, como já dissemos, instrumentos desenvolvidos no corpo espiritual, com o fim de realizar as adequações devidas entre os aspectos exteriores e interiores da realidade espiritual no ser imaterial.

Informa André Luiz, em “Evolução em dois Mundos”, que:

São os centros vitais fulcros energéticos que, sob a direção automática da alma, imprimem às células a especialização extrema, pela qual o homem possui no corpo denso, e detemos todos no corpo espiritual em recursos equivalentes, as células que produzem fosfato e carbonato de cálcio para a construção dos ossos, as que se distendem para a recobertura do intestino, as que desempenham complexas funções químicas no fígado, as que transformam em filtros do sangue na intimidade dos rins e outras tantas que se ocupam do fabrico de substâncias indispensáveis à conservação e defesa da vida nas glândulas, nos tecidos e nos órgãos que nos constituem o cosmo vivo de manifestação.

Informa ainda o instrutor Clarêncio, na obra Entre a Terra e o Céu, do mesmo autor espiritual:

(...) o nosso corpo de matéria rarefeita está intimamente regido por sete centros de forças, que se conjugam nas ramificações dos plexos que, vibrando em sintonia uns como os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem para o nosso uso, um veículo de células elétricas, que podemos definir como sendo um campo eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado. E completa: (...) nossa posição mental determina o peso específico do nosso envoltório espiritual e, conseqüentemente, o habitat que lhe compete, (...) tal seja a viciação do pensamento, tal será a desarmonia dos centros de força.

PERCEPÇÕES, SENSAÇÕES E SOFRIMENTO DOS ESPÍRITOS

 

A Espiritualidade afirma que, quando de sua volta para o mundo dos Espíritos, a alma conserva as percepções que tinha quando encarnada na Terra, e que desabrocham-lhes outras, porque o corpo funciona como um véu, obscurecendo-a.

Sobre esta questão, Allan Kardec realizou em “O Livro dos Espíritos”, um estudo denominado: “Ensaio Teórico da Sensação nos Espíritos”. Devido à importância do tema e da profundidade deste estudo realizado pelo Codificador, vamos fazer um resumo do mesmo, mas deixando claro que para uma boa compreensão do tema, melhor seria um estudo completo do texto que corresponde à questão 257 da obra citada.

O corpo é o instrumento da dor. Se não é a causa primária desta, é pelo menos, a causa imediata.

A alma tem a percepção da dor, mas essa percepção é o efeito.

Apesar de que esta percepção é muitas das vezes dolorosa, podemos afirmar que ela não é física. Ilustramos com um exemplo dado por Kardec: A simples lembrança de uma dor física, pode produzir o efeito da mesma, mesmo que no momento não haja motivo para tal. Isso ocorre porque o cérebro guardou esta impressão, e o perispírito como elemento de ligação entre o Espírito e o corpo, transmite do primeiro para o segundo, impressões, e no sentido contrário, sensações. Resumindo, concluímos que o perispírito é o agente das sensações exteriores.

Quando encarnado, o Espírito tem o sentido dessas sensações no corpo, quando este é destruído, elas se tornam gerais.

Sabemos que no Espírito há percepção, sensação, audição, visão, e que essas faculdades são atributos do ser todo e não, como no homem, de uma parte apenas.

A dor, como já dissemos, não é propriamente física, ainda que muitas vezes o Espírito a reclama ou diz que sente frio ou calor. Entendemos que, apesar de muitas vezes ser bastante penosa, ela é mais uma reminiscência do que uma realidade. Entretanto algumas vezes há mais do que isso, como apresenta o ilustre pensador lionês.

A experiência mostra que o perispírito, quando da desencarnação, não se desprende rapidamente da maneira que a maioria supõe, e devido a esta ligação, muitas vezes o Espírito crê-se vivo; vê seu corpo ao lado, sabe que lhe pertence, mas não compreende que esteja separado dele. Essa situação normalmente dura enquanto existe a ligação entre os corpos físico e espiritual.

Relata Kardec o exemplo de um suicida: “Disse-nos certa vez um suicida: Não estou morto, no entanto sinto os vermes a me roerem”. É obvio que os vermes não lhe roíam o perispírito, e muito menos o Espírito. O que eles roíam era o corpo, mas como não havia uma completa separação do corpo e do perispírito, ele tinha uma impressão quase física do que estava acontecendo. Era uma ilusão, não uma realidade, embora o sentimento parecesse real. Neste caso não podemos dizer que o que ele sentia era uma reminiscência, conclui Kardec, porquanto ele não fora em vida, roído pelos vermes: havia o sentimento de um fato da atualidade. Isto nos favorece uma gama de ensinamentos muito importantes, se observarmos atentamente os fatos.

Sobre os Espíritos superiores, o Codificador nos informa que eles não sentem nenhuma influência da matéria. Não sentindo dor ou qualquer sentimento originado por este elemento. O som dos nossos instrumentos, o perfume das nossas flores nenhuma impressão lhes causam. Entretanto, eles experimentam sensações íntimas, de um encanto indefinível, das quais idéia alguma podemos formar, porque a esse respeito, somos quais cegos de nascença diante da luz.

Quando Kardec afirma que os Espíritos são inacessíveis às impressões da matéria que conhecemos, se refere aos Espíritos muito elevados, cujo envoltório etéreo não encontra analogia neste mundo. Quanto aos mais atrasados, cujo perispírito é mais denso, percebem os sons, os odores, etc., porém, apenas por uma parte limitada de suas individualidades, conforme quando encarnados.

Esta teoria pode trazer alguma frustração para aqueles que pensavam que o sofrimento e as dores terminariam com a destruição do corpo físico, mas notamos que ela é bem lógica e expressa a justiça do Criador, na medida em que vincula o sofrer do Espírito à maneira vivida por ele, quando encarnado. Se procuramos na vida terrena somente a satisfação dos gozos materiais, vamos encontrar um sofrimento a posteriori. Toda via, se a vida para os valores do Espírito imortal, é a nossa busca, seremos tranqüilamente bem-aventurados, pois atingiremos aquele estado em que Jesus disse: Bem aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.

Podemos concluir, então, que pode haver sofrimento por parte do Espírito no plano espiritual, mas este sofrimento será sempre menor à medida que nos elevarmos moralmente.

Meditemos portanto nas palavras daquele que é o “Mestre dos mestres, o Sábio dos sábios”:

“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde os ladrões não minam nem roubam.” (Mateus, 6: 19 e 20)

Livro: Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho

Centro Espírita Amor e Caridade - Goiânia – GO - 1997

RELAÇÃO ESPÍRITO/PERISPIRITO/CORPO



Introdução ao estudo do Corpo Espiritual

É já de muitas eras a intuição do homem acerca da existência do que hoje chamamos de Perispírito.

Entre
os homens primitivos, no alvorecer da humanidade, dão-lhe o estranho
nome de Corpo Sombra; nas apreciáveis lições do Vedanta apareceu como
Manu, Maya e Kosha, era conhecido no Budismo esotérico por Kama – rupa,
enquanto no Hermetismo egípcio surgiu na qualidade de Kha ou Kã, para
avançar, na Cabala hebraica, como manifestação de Rouach. Chineses,
gregos e latinos tinham conhecimento de sua realidade, identificando-o
seguramente. Pitágoras, mais afeiçoado aos estudos metafísicos,
denominava-o carne sutil da alma, e Aristóteles, na sua exegese do
complexo humano, considera-o corpo sutil e etéreo. Os neoplatônicos, de
Alexandria, dentre os quais Orígenes, identificava-o como aura;
Tertuliano, o gigante inspirado da Apologética, nele via o corpo vital
da alma, enquanto Proclo o caracterizava como veículo da alma, definindo
em cada expressão os atributos de que o consideravam investido. Paulo
de Tarso designava-o Corpo Celeste, e na cultura moderna, Paracelso, no
século XVI, detectou-o sob a designação de corpo astral. Logo depois,
substituindo os conceitos panteístas de Spinoza pela teoria dos “átomos
espirituais ou mônadas”, surpreendeu-o dando a denominação de corpo
fluídico.

Mas foi só com “O Livro dos Espíritos” que surgiu na história do pensamento, a

primeira descrição racional e objetiva do Perispírito.

É na questão 93 da referida obra que o Codificador começa a tratar do tema, fazendo a seguinte pergunta aos Espíritos:



O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está sempre envolto numa substância qualquer? Ao que eles nos respondem:

Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira.

E em uma observação própria, logo abaixo, Kardec comenta: Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito.

Podemos então afirmar que, a partir do entendimento da explicação de Kardec, o perispírito é o corpo do Espírito. É com ele que a individualidade espiritual apresenta-se quando desencarnada ou em desdobramento.

É formado do fluido universal de cada globo, por isso não é igual em todos os mundos.

Sobre este fluido nos afirmam os Espíritos, ser ele a matéria básica do Universo, e é de suas inumeráveis transformações que surgem os envoltórios perecíveis do Espírito: o corpo e o perispírito.

Desta forma, entendemos que o corpo carnal tem seu princípio de origem nesse mesmo fluido condensado e transformado em matéria tangível. No Perispírito, a transformação na natureza do fluido se opera diferentemente, porquanto este conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas.

Evolui com o Espírito, à medida que este aperfeiçoa-se moralmente. Quando passa de um mundo para outro, o Espírito muda de envoltório, ou seja, muda a constituição do perispírito.

Quanto à sua forma, devido às suas propriedades que vamos estudar mais adiante, o corpo espiritual toma a que o Espírito queira, desde que este possua elevação para tal. Caso contrário, sob a influência das leis que regem o mundo mental, ou sob a ação de entidades cruéis, como acontece nos processos de zoantropia e licantropia , pode haver alterações na forma perispiritual, independente da vontade do Espírito.

Livro: Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho

Centro Espírita Amor e Caridade - Goiânia – GO - 1997

FUNÇÕES E PROPRIEDADES DO PERISPÍRITO
Funções

O perispírito é a estrutura modeladora, organizadora e gerenciadora do corpo físico; molde energético onde se encontram os mecanismos responsáveis por todas as funções orgânicas, desde a seleção dos princípios hereditários até a organização da célula ovo e seu desenvolvimento num organismo complexo. Ele contém a matriz filogenética das principais etapas evolutivas do ser.

Em seu bojo se radicam os centros funcionais que dirigem e controlam as emissões arquetípicas do inconsciente profundo, geradoras das funções fisiopsíquicas dos seres vivos, mais especificamente da espécie humana, onde se apresentam altamente complexas e refinadas.

Estando portanto sediadas nele, as gêneses patológicas de distúrbios dolorosos quais a esquizofrenia, a epilepsia, o câncer de variada etiologia, o pênfigo que em momento próprio favorece a sintonia com microorganismos que se multiplicam desordenadamente e tomam de assalto o campo físico através de sintonias próprias, ensejando a aceleração das perturbações psíquicas de largo porte.

É ainda o veículo onde são gravados os resultados do processo evolutivo do homem, isto é, o fruto das interações dos seres com o meio ambiente em sua globalidade.

As experiências existenciais, repetidas, são neles fixadas como reflexos condicionados psicossomáticos, tornando-se substratos condutores dos processos mentais e fisiológicos.

Através dos estudos mediúnicos contemporâneos, bem como das reflexões de notáveis pesquisadores e pensadores espiritistas de ontem e de hoje, constatamos que as atividades do perispírito abrangem inclusive a dimensão psicológica, sendo não só responsável pelo controle do automatismo fisiológico, mas sediando igualmente o registro dos fatos de ordem psíquica, como a memória, os inconscientes passado e atual, enfim, todos os fenômenos mentais.


Como sede da memória, garante a conservação intacta da individualidade, através da esteira das reencarnações. Se faz responsável também pela transmissão ao Espírito das sensações que o corpo experimenta, como ao corpo informa das emoções procedentes das sedes do Espírito, em perfeito entrosamento de energias entre os centros vitais ou de força, que controlam a aparelhagem fisiológica e psicológica e as reações somáticas, que lhes exteriorizam os efeitos do intercâmbio.

Propriedades

O perispírito, por sua tessitura, organização, flexibilidade e expansibilidade, fornece inúmeras condições de ação ao Espírito, mesmo quando encarnado, condições essas que podemos chamar de propriedades do perispírito, sem, com isso, desconhecermos que o propulsor de toda e qualquer ação é o Espírito.

Para que essas propriedades se tornem evidentes, é necessário se atenda às leis dos fluidos, no que tange as suas condições de afinidade, quantidade necessária e qualidade dos fluidos, além de em alguns casos, o conhecimento e a elevação moral do Espírito que manuseia tais fluidos. Sinteticamente, teríamos: aparições, tangibilidade, penetrabilidade, transfiguração, e emancipação.

Por sua natureza e em seu estado normal, o perispírito é invisível, tendo isso de comum com uma imensidade de fluidos que sabemos existir, mas que nunca vimos. Pode também como alguns fluidos, sofrer modificações que o tornam perceptível à vista, quer por uma espécie de condensação, quer por uma mudança na disposição molecular. Pode mesmo adquirir as propriedades de um corpo sólido e tangível e retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível.


Matéria nenhuma lhe opõe obstáculo; ele as atravessa todas, como a luz atravessa os corpos transparentes. Daí vem que não há como impedir que os Espíritos entrem num recinto inteiramente fechado. Eles visitam o preso no seu cárcere tão facilmente como visitam a um que está no campo a trabalhar.

O perispírito das pessoas vivas goza das mesmas propriedades que o dos desencarnados. Ele não se acha confinado no corpo; irradia e forma em torno deste uma espécie de atmosfera fluídica. Ora, pode suceder que, em certos casos e dadas as mesmas circunstâncias, ele sofra uma transformação análoga à já descrita: a forma real e material do corpo se desvanece sob aquela camada fluídica , se assim podemos exprimir, e toma por momentos uma aparência inteiramente diversa, mesmo a de outra pessoa ou a do Espírito que combina seus fluidos com os do indivíduo, podendo também dar a um semblante feio um aspecto bonito e radioso. Tal fenômeno se designa pelo nome de transfiguração, e é produzido, principalmente, quando as circunstâncias ocorrentes provocam mais abundante expansão de fluido.

A emancipação da alma é a propriedade que o Espírito tem de se desprender do corpo no instante em que este dorme. Aproveita-se o Espírito (através do perispírito) do repouso do corpo e dos momentos em que sua presença não é necessária para atuar isoladamente e ir aonde quiser, no gozo, então, de sua liberdade e da plenitude das suas faculdades.

A independência e a emancipação da alma se manifestam, de maneira evidente, também, no fenômeno do sonambulismo natural e magnético, na catalepsia e na letargia.

A faculdade de emancipar-se e de desprender-se do corpo durante a vida pode dar lugar a fenômenos análogos aos que os Espíritos desencarnados produzem. Enquanto o corpo se acha mergulhado em sono, o Espírito, transportando-se a diversos lugares, pode tornar-se visível e aparecer sob a forma vaporosa, quer em sonho, quer em estado de vigília. Pode igualmente apresentar-se sob forma tangível, ou, pelo menos, com uma aparência bem idêntica à realidade. Esse fenômeno, aliás muito raro, é que se denomina de bicorporeidade.

Por muito extraordinário que seja, tal fenômeno, como todos os outros, se compreende na ordem natural das coisas, pois que decorre das propriedades do perispírito e de uma lei natural.

Livro: Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Texto extraído de: O Evangelho Segundo o Espiritismo

Prestar muita atenção
6. Não acumuleis tesouros na Terra, onde a
ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam;
– acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os
comem; – porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso
coração.
Eis por que vos digo: Não vos inquieteis por saber onde
achareis o que comer para sustento da vossa vida, nem de onde tirareis
vestes para cobrir o vosso corpo. Não é a vida mais do que o alimento e o
corpo mais do que as vestes?
Observai os pássaros do céu: não
semeiam, não ceifam, nada guardam em celeiros; mas, vosso Pai celestial
os alimenta. Não sois muito mais do que eles? – e qual, dentre vós, o
que pode, com todos os seus esforços, aumentar de um côvado a sua
estatura?
Por que, também, vos inquietais pelo vestuário? Observai
como crescem os lírios dos campos: não trabalham, nem fiam; –
entretanto, eu vos declaro que nem Salomão, em toda a sua glória, jamais
se vestiu como um deles. – Ora, se Deus tem o cuidado de vestir dessa
maneira a erva dos campos, que existe hoje e amanhã será lançada na
fornalha, quanto maior cuidado não terá em vos vestir, ó homens de pouca
fé!
Não vos inquieteis, pois, dizendo: Que comeremos? ou: que
beberemos? ou: de que nos vestiremos? – como fazem os pagãos, que andam à
procura de todas essas coisas; porque vosso Pai sabe que tendes
necessidade delas.
Buscai primeiramente o reino de Deus e a sua
justiça, que todas essas coisas vos serão dadas de acréscimo. – Assim,
pois, não vos ponhais inquietos pelo dia de amanhã, porquanto o amanhã
cuidará de si. A cada dia basta o seu mal. (S. MATEUS, 6:19 a 21 e 25 a
34.)
7. Interpretadas à letra, essas palavras seriam a negação de
toda previdência, de todo trabalho e, conseguintemente, de todo
progresso. Com semelhante princípio, o homem limitar-se-ia a esperar
passivamente. Suas forças físicas e intelectuais conservar-se-iam
inativas. Se tal fora a sua condição normal na Terra, jamais houvera ele
saído do estado primitivo e, se dessa condição fizesse ele a sua lei
para a atualidade, só lhe caberia viver sem fazer coisa alguma. Não pode
ter sido esse o pensamento de Jesus, pois estaria em contradição com o
que disse de outras vezes, com as próprias leis da Natureza. Deus criou o
homem sem vestes e sem abrigo, mas deu-lhe a inteligência para
fabricá-los. (Cap. XIV, nº 6; cap. XXV, nº 2.)
Não se deve, portanto,
ver, nessas palavras, mais do que uma poética alegoria da Providência,
que nunca deixa ao abandono os que nela confiam, querendo, todavia, que
esses, por seu lado, trabalhem. Se ela nem sempre acode com um auxílio
material, inspira as idéias com que se encontram os meios de sair da
dificuldade. (Cap. XXVII, nº 8.)
Deus conhece as nossas necessidades e
a elas provê, como for necessário. O homem, porém, insaciável nos seus
desejos, nem sempre sabe contentar-se com o que tem: o necessário não
lhe basta; reclama o supérfluo. A Providência, então, o deixa entregue a
si mesmo. Freqüentemente, ele se torna infeliz por culpa sua e por
haver desatendido à voz que por intermédio da consciência o advertia.
Nesses casos, Deus fá-lo sofrer as conseqüências, a fim de que lhe
sirvam de lição para o futuro. (Cap. V, nº 4.)
8. A Terra produzirá o
suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens
souberem administrar, segundo as leis de justiça, de caridade e de amor
ao próximo, os bens que ela dá. Quando a fraternidade reinar entre os
povos, como entre as províncias de um mesmo império, o momentâneo
supérfluo de um suprirá a momentânea insuficiência do outro; e cada um
terá o necessário. O rico, então, considerar-se-á como um que possui
grande quantidade de sementes; se as espalhar, elas produzirão pelo
cêntuplo para si e para os outros; se, entretanto, comer sozinho as
sementes, se as desperdiçar e deixar se perca o excedente do que haja
comido, nada produzirão, e não haverá o bastante para todos. Se as
amontoar no seu celeiro, os vermes as devorarão. Daí o haver Jesus dito:
"Não acumuleis tesouros na Terra, pois que são perecíveis; acumulai-os
no céu, onde são eternos." Em outros termos: não ligueis aos bens
materiais mais importância do que aos espirituais e sabei sacrificar os
primeiros aos segundos. (Cap. XVI, nos 7 e seguintes.)
A caridade e a
fraternidade não se decretam em leis. Se uma e outra não estiverem no
coração, o egoísmo aí sempre imperará. Cabe ao Espiritismo fazê-las
penetrar nele.

LIVROS ESPÍRITAS PARA INICIANTES



Prezado leitor, se você está começando seus estudos sobre o espiritismo, é relevante saber quais os melhores livros para iniciar de forma correta.

Hoje em dia existem milhares de obras, sendo que a maioria dos neófitos começam na Doutrina Espírita através dos romances mediúnicos, que são histórias romanceadas ditadas pelos espíritos a seus médiuns e que trazem explicações e revelações sobre o mundo espiritual de uma forma mais simples, através de exemplos da vida cotidiana.

Além dos romances, temos ainda os livros doutrinários, fontes inesgotáveis de estudo, que são escritos tanto por encarnados quanto por desencarnados.

Irei fazer uma lista, separada em "doutrinários" e "romances".

Doutrinários

A recomendação dos estudiosos da Doutrina Espírita é que todo iniciante deve ler o chamado Pentateuco Kardecista, composto por 05 obras consideradas fundamentais, que foram escritas pelo codificador Allan Kardec. São elas:

O Livro dos Espíritos, Princípios da Doutrina Espírita, publicado em 18 de abril de 1857;
O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores, em janeiro de 1861;
O Evangelho segundo o Espiritismo, em abril de 1864;
O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo, em agosto de 1865;
A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, em janeiro de 1868.

Eu recomendo que o iniciante comece pelo Livro dos Espítios, que é de pergunta e resposta e altamente elucidativo e que depois leia o Evangelho Segundo o Espiritismo, que é a obra que contém os ensinamentos morias de Jesus, explicados por Allan kardec e por espíritos da mais alta envergadura.

Além do pentateuco, Allan Kardec publicou um livro chamado O que é o espiritismo, com noções elementares do mundo invisível.

Dos autores espíritas considerados "clássicos", podemos citar também: Gabriel Delanne, Léon Denis, Camile Flammarion, J. Herculano Pires e Edgar Armond.

Além desses autores, recomendo as obras do espírito Ramatis, que também são do tipo perguntas e respostas, psicografadas por Hercilio Maes. Destaco:

A Missão do Espiritismo
Elucidações do Além
O Sublime Peregrino
Romances

Os romances ditados pelos espíritos André Luiz e Emmanuel, ao médium Chico Xavier, também são considerados fundamentais. Em destaque:

Nosso Lar - André Luiz e Chico Xavier
A Caminho da Luz - Emmanuel e Chico Xavier
Ha 2000 anos - Emmanuel e Chico Xavier
Se possível, leia todas as obras de André Luiz em sequência. Você pode ver os resumos, clicando neste link
Todas as obras de Chico Xavier são consideradas de suma importância.

Com relação aos romances mais modernos, recomendo:

Violetas na Janela - Patrícia e Vera Marinzeck
Vivendo no Mundo dos Espíritos - Patricia e Vera Marinzeck
Jornada dos Anjos - Lucius e Sandra Carneiro
O Amor Venceu - Lucius e Zibia Gasparetto


 

NOSSO LAR


Foto: RESUMOS DAS OBRAS DE ANDRÉ LUIZ

NOSSO LAR 

Primeiro livro da série, marcou a estréia de André Luiz no meio espírita nacional.
Muito embora notícias semelhantes já existissem em algumas obras espiritualista, foi Nosso Lar quem abriu portas, efetivamente, à uma nova visão da realidade espiritual além-túmulo, revelando em pormenores a vida que segue, extraordinária, para além da morte do corpo físico.

Dividido em 50 capítulos, revela a escalada de um espírito, o próprio André Luiz, desde as regiões umbralinas em que foi lançado, logo após o desencarne, até o socorro e a gradativa recuperação em magnífica e muito bem organizada cidade espíritual, denominada "Nosso Lar".
Declara ele, logo no prefácio: "A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro das ilusões. Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser."

"É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira - ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil, recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem palavras articuladas..."
Em "Nosso Lar", mais tarde, trabalhando humildemente como enfermeiro auxiliar nas Câmeras de Retificação, o antigo e orgulhoso médico terreno aprende sobre si e os outros de forma totalmente inovadora, sepultando aos poucos, verdadeiramente, o "homem velho" que ainda trazia em si e abrindo caminho, assim, para o futuro médico de almas em que se transformaria.
Ciente da próprias deficiências, André Luiz observa, estuda, pergunta, luta, e supera-se, no sincero propósito de renovação íntima.

Como desfecho surpreendente, consegue, afinal, licença de seus superiores para voltar à casa terrena, no intuito de rever os filhos e a esposa muito amada. Ao chegar, percebe profundas mudanças no antigo lar. A pior delas: a esposa havia contraído novas núpcias. Desespera-se fundamente. Não quer acreditar no que vê e ouve. Grita seu amor e sua saudade, porém ninguém o escuta. Está morto. Para o mundo e para a querida companheira de outrora. Mas o novo marido de Zélia está muito doente. A desencarnação está próxima. É então que André Luiz, mesmo em profundo desencanto, dá testemunho renovação a que se propôs enquanto em "Nosso Lar"...


Fonte: Blog do Livro Espírita 

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☛Pensamentos de André Luiz
Primeiro livro da série, marcou a estréia de André Luiz no meio espírita nacional.
Muito embora notícias semelhantes já existissem em algumas obras espiritualista, foi Nosso Lar quem abriu portas, efetivamente, à uma nova visão da realidade espiritual além-túmulo, revelando em pormenores a vida que segue, extraordinária, para além da morte do corpo físico.

Dividido em 50 capítulos, revela a escalada de um espírito, o próprio André Luiz, desde as regiões umbralinas em que foi lançado, logo após o desencarne, até o socorro e a gradativa recuperação em magnífica e muito bem organizada cidade espíritual, denominada "Nosso Lar".
Declara ele, logo no prefácio: "A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro das ilusões. Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser."

"É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira - ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil, recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem palavras articuladas..."
Em "Nosso Lar", mais tarde, trabalhando humildemente como enfermeiro auxiliar nas Câmeras de Retificação, o antigo e orgulhoso médico terreno aprende sobre si e os outros de forma totalmente inovadora, sepultando aos poucos, verdadeiramente, o "homem velho" que ainda trazia em si e abrindo caminho, assim, para o futuro médico de almas em que se transformaria.
Ciente da próprias deficiências, André Luiz observa, estuda, pergunta, luta, e supera-se, no sincero propósito de renovação íntima.

Como desfecho surpreendente, consegue, afinal, licença de seus superiores para voltar à casa terrena, no intuito de rever os filhos e a esposa muito amada. Ao chegar, percebe profundas mudanças no antigo lar. A pior delas: a esposa havia contraído novas núpcias. Desespera-se fundamente. Não quer acreditar no que vê e ouve. Grita seu amor e sua saudade, porém ninguém o escuta. Está morto. Para o mundo e para a querida companheira de outrora. Mas o novo marido de Zélia está muito doente. A desencarnação está próxima. É então que André Luiz, mesmo em profundo desencanto, dá testemunho renovação a que se propôs enquanto em "Nosso Lar"...

.ALGUMAS COGITAÇÕES ESPÍRITAS SOBRE FATALIDADE, LIVRE-ARBÍTRIO E OUTROS DILEMAS

 
  1.  Como apreender a magnanimidade da Bondade de Deus e o ensinamento do Cristo, ante as trágicas mortes coletivas, a exemplo das ocorridas em l961, naquele patético incêndio do "Gran Circus Norte-Americano", em Niterói? Como compreender os óbitos registrados no terremoto que atingiu a cidade histórica de Bam, no Irã, no final de 2003? Como explicar o acidente com o Boeing da Flash Airlines, que ocorreu no Egito, provocando a morte de 148 pessoas que estavam a bordo daquela aeronave, em 3 de janeiro de 2004? Qual o significado dos que foram tragados pelas águas do Tsunami, tragédia cujas dimensões deixaram o mundo inteiro consternado? O que pensar, ainda, sobre o naufrágio do Titanic, transatlântico que transportava cerca de 2.200 pessoas? O que dizer das quase 3.000 vítimas decorrentes do ataque às Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, a 11 de setembro de 2001? Como interpretar esses destinos?

    No dia 17 de julho de 2007, ocorreu aquele acidente aéreo com o Airbus da TAM, que se chocou contra um prédio da empresa, ao lado do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. Parecem-nos evidentes episódios de resgates coletivos. Quanto aos parentes mais próximos das vítimas de tais tragédias, como inseri-los no contexto dos fatos? Pela lógica da vida, eles (os parentes, sobretudo os pais), muitas vezes, foram cúmplices de delitos lamentáveis no passado, e, por isso, necessitam passar por essas penas, entronizando-se, aqui, a ideia de que o acaso não existe na concepção espírita.
    Para as tragédias coletivas, somente o Espiritismo tem as respostas coerentes, profundas e claras, que explicam, esclarecem e, por via de consequência, consolam os corações humanos, perante os ressaibos amargosos dessas situações.

    O fato é que nós criamos a culpa, e nós mesmos formatamos os processos para extinguir os efeitos.
    Muitos desses acertos de contas são demonstrados pelos Espíritos, em diversas obras da literatura espírita. André Luiz narra um desastre aéreo, em que o piloto, confuso pelo denso nevoeiro, não pôde evitar o choque da grande aeronave, espatifando-se contra a montanha. Neste caso, um instrutor espiritual comenta que "as vítimas certamente cometeram faltas em outras épocas, atirando irmãos indefesos da parte superior de torres altíssimas para que seus corpos se espatifassem no chão; suicidas que se lançaram de altos picos ou edifícios, que por enquanto só encontraram recursos em tão angustiante episódio para transformarem a própria situação". (1)

    Autores espirituais explicam, a respeito desse assunto, que indivíduos envolvidos em crimes violentos, no passado e, também, no presente, a lei os traz de volta, por terem descuidado da ética evangélica. Retornam e se agrupam em determinado tempo e local, sofrendo mortes acidentais de várias naturezas, inclusive nas calamidades naturais. Assim, antes de reencarnarmos, sob o peso de débitos coletivos, somos informados, no além-túmulo, dos riscos a que estamos sujeitos, das formas pelas quais podemos quitar a dívida, porém, o fato, por si só, não é determinístico, até porque dependem de circunstâncias várias em nossas vidas a sua consumação, uma vez que a lei cármica admite flexibilidade, quando o amor rege a vida e "o amor cobre uma multidão de pecados". (2)

    Fonte: O Apostolo do Espiritismo

    Referência bibliográfica:

    1. Xavier, Francisco Cândido. Ação e Reação, Cap. XVIII, RJ: Ed. FEB, 2005.
    2. Cf. Primeira Epístola de Pedro, Cap. 4:8.

DEUS, PAI DE AMOR E BONDADE


                Foto: Deus Pai de Amor e Bondade infinita, que em nossa jornada engrandecedora pela evolução, onde vivenciamos na carne as expiações de nossa nossas falhas pregressas, possamos sempre agradecer por tudo que nos oferta e pela oportunidade constante da reparação.
Que envolvidos pelo Vosso soberano amparo e acolhidos pela emanação de amor sublime e emanadas por Ti, possamos servir sem distinção e trabalhar com dedicação perene.
Que consigamos caminhar pelas sendas da tentação e sofrer a ofensiva dos desafetos ocultos sem esmorecer ou quedarmos no abismo da perdição física e moral.
Que tenhamos no Cristo o exemplo áureo da fé e o jubiloso conhecimento da felicidade plena como fieis seguidores do evangelho do amor.
Que mesmo feridos e agredidos na carne, possamos ainda galgar perseverantes no degrau da redenção e nos elevarmos ate a sublimação do espírito.
Daí a todos os aflitos e enfermos, o remédio salutar do entendimento e que possamos semear no fecundo solo do aprendizado o gérmen reparador da esperança.
Pai abençoe a todos que vagueiam perdidos pelo campo da duvida, socorre a todos os irmãos menos esclarecidos que se imaginam vitimados pelas expiações do plano terreno e guia os amigos que se
desprenderam do corpo físico, mas não se livraram do peso da carne.
Deus Pai de Amor e Bondade infinita, que em nossa jornada engrandecedora pela evolução, onde vivenciamos na carne as expiações de nossa nossas falhas pregressas, possamos sempre agradecer por tudo que nos oferta e pela oportunidade constante da reparação.
Que envolvidos pelo Vosso soberano amparo e acolhidos pela emanação de amor sublime e emanadas por Ti, possamos servir sem distinção e trabalhar com dedicação perene.
Que consigamos caminhar pelas sendas da tentação e sofrer a ofensiva dos desafetos ocultos sem esmorecer ou quedarmos no abismo da perdição física e moral.
Que tenhamos no Cristo o exemplo áureo da fé e o jubiloso conhecimento da felicidade plena como fieis seguidores do evangelho do amor.
Que mesmo feridos e agredidos na carne, possamos ainda galgar perseverantes no degrau da redenção e nos elevarmos ate a sublimação do espírito.
Daí a todos os aflitos e enfermos, o remédio salutar do entendimento e que possamos semear no fecundo solo do aprendizado o gérmen reparador da esperança.
Pai abençoe a todos que vagueiam perdidos pelo campo da duvida, socorre a todos os irmãos menos esclarecidos que se imaginam vitimados pelas expiações do plano terreno e guia os amigos que se
desprenderam do corpo físico, mas não se livraram do peso da carne.
Senhor abençoe os laços familiares e fortifica a união fraterna.

Psicografia: Alessandro Micussi
Pelo espírito: Antônio Carlos Gonzaga
Deus Pai de Amor e Bondade infinita, que em nossa jornada engrandecedora pela evolução, onde vivenciamos na carne as expiações de nossa nossas falhas pregressas, possamos sempre agradecer por tudo que nos oferta e pela oportunidade constante da reparação.
Que envolvidos pelo Vosso soberano amparo e acolhidos pela emanação de amor sublime e emanadas por Ti, possamos servir sem distinção e trabalhar com dedicação perene.
Que consigamos caminhar pelas sendas da tentação e sofrer a ofensiva dos desafetos ocultos sem esmorecer ou quedarmos no abismo da perdição física e moral.
Que tenhamos no Cristo o exemplo áureo da fé e o jubiloso conhecimento da felicidade plena como fieis seguidores do evangelho do amor.
Que mesmo feridos e agredidos na carne, possamos ainda galgar perseverantes no degrau da redenção e nos elevarmos ate a sublimação do espírito.
Daí a todos os aflitos e enfermos, o remédio salutar do entendimento e que possamos semear no fecundo solo do aprendizado o gérmen reparador da esperança.
Pai abençoe a todos que vagueiam perdidos pelo campo da duvida, socorre a todos os irmãos menos esclarecidos que se imaginam vitimados pelas expiações do plano terreno e guia os amigos que se
desprenderam do corpo físico, mas não se livraram do peso da carne.
Deus Pai de Amor e Bondade infinita, que em nossa jornada engrandecedora pela evolução, onde vivenciamos na carne as expiações de nossa nossas falhas pregressas, possamos sempre agradecer por tudo que nos oferta e pela oportunidade constante da reparação.
Que envolvidos pelo Vosso soberano amparo e acolhidos pela emanação de amor sublime e emanadas por Ti, possamos servir sem distinção e trabalhar com dedicação perene.
Que consigamos caminhar pelas sendas da tentação e sofrer a ofensiva dos desafetos ocultos sem esmorecer ou quedarmos no abismo da perdição física e moral.
Que tenhamos no Cristo o exemplo áureo da fé e o jubiloso conhecimento da felicidade plena como fieis seguidores do evangelho do amor.
Que mesmo feridos e agredidos na carne, possamos ainda galgar perseverantes no degrau da redenção e nos elevarmos ate a sublimação do espírito.
Daí a todos os aflitos e enfermos, o remédio salutar do entendimento e que possamos semear no fecundo solo do aprendizado o gérmen reparador da esperança.
Pai abençoe a todos que vagueiam perdidos pelo campo da duvida, socorre a todos os irmãos menos esclarecidos que se imaginam vitimados pelas expiações do plano terreno e guia os amigos que se
desprenderam do corpo físico, mas não se livraram do peso da carne.
Senhor abençoe os laços familiares e fortifica a união fraterna.

Psicografia: Alessandro Micussi
Pelo espírito: Antônio Carlos Gonzaga

SENHOR JESUS


 Foto: Parte final do livro "No Mundo Maior"
Senhor Jesus,

Permanente inspiração de nossos caminhos,
Abre-nos, por misericórdia,
Como sempre,
As portas excelsas
De tua providência incomensurável...

Doador da Vida,
Acorda-nos a consciência
Para semearmos ressurreição
Nos vales sombrios da morte;

Distribuidor do Sumo Bem,
Ajuda-nos a combater o mal
Com as armas do espírito;

Príncipe da Paz,
Não nos deixes indiferentes
À discórdia
Que vergasta O coração
De nossos companheiros sofredores;

Mestre da Sabedoria
Afugenta para longe de nós
A sensação de cansaço
À frente dos serviços
Que devemos prestar
Aos nossos irmãos ignorantes;

Emissário do Amor Divino,
Não nos concedas paz
Enquanto não vencermos
Os monstros da guerra e do ódio,
Cooperando contigo,
Em tua augusta obra terrestre;

Pastor da Luz Imortal,
Fortalece-nos,
Para que nunca nos intimidemos
Perante as angústias e desesperos das trevas;

Distribuidor da Riqueza Infinita,
Supre-nos as mãos
Com teus recursos ilimitados,
Para que sejamos úteis
A todos os seres do caminho,
Que ainda se sentem minguados
De teus dons imperecíveis;

Embaixador Angélico,
Não nos abandones ao desejo
De repousar indebitamente,
E converte-nos
Em teus servidores humildes,
Onde estivermos;

Mensageiro da Boa Nova,
Não permitas
Que nossos ouvidos adormeçam
Ao coro dos soluços
Dos que clamam por socorro
Nos círculos do sofrimento;

Companheiro da Eternidade,
Abençoa-nos as responsabilidades e deveres;
Não nos relegues à imperfeição
De que ainda somos portadores!

Dá-nos, amado Jesus, o favor de servir-Te
E que o Supremo Senhor do Universo Te glorifique
Para sempre.
Assim seja!...

-André Luiz-

Permanente inspiração de nossos caminhos,
Abre-nos, por misericórdia,
Como sempre,
As portas excelsas
De tua providência incomensurável...

Doador da Vida,
Acorda-nos a consciência
Para semearmos ressurreição
Nos vales sombrios da morte;

Distribuidor do Sumo Bem,
Ajuda-nos a combater o mal
Com as armas do espírito;

Príncipe da Paz,
Não nos deixes indiferentes
À discórdia
Que vergasta O coração
De nossos companheiros sofredores;

Mestre da Sabedoria
Afugenta para longe de nós
A sensação de cansaço
À frente dos serviços
Que devemos prestar
Aos nossos irmãos ignorantes;

Emissário do Amor Divino,
Não nos concedas paz
Enquanto não vencermos
Os monstros da guerra e do ódio,
Cooperando contigo,
Em tua augusta obra terrestre;

Pastor da Luz Imortal,
Fortalece-nos,
Para que nunca nos intimidemos
Perante as angústias e desesperos das trevas;

Distribuidor da Riqueza Infinita,
Supre-nos as mãos
Com teus recursos ilimitados,
Para que sejamos úteis
A todos os seres do caminho,
Que ainda se sentem minguados
De teus dons imperecíveis;

Embaixador Angélico,
Não nos abandones ao desejo
De repousar indebitamente,
E converte-nos
Em teus servidores humildes,
Onde estivermos;

Mensageiro da Boa Nova,
Não permitas
Que nossos ouvidos adormeçam
Ao coro dos soluços
Dos que clamam por socorro
Nos círculos do sofrimento;

Companheiro da Eternidade,
Abençoa-nos as responsabilidades e deveres;
Não nos relegues à imperfeição
De que ainda somos portadores!

Dá-nos, amado Jesus, o favor de servir-Te
E que o Supremo Senhor do Universo Te glorifique
Para sempre.
Assim seja!...

-André Luiz-

PENAS E GOZOS TERRENOS


O Livro dos Espíritos
por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires

 

      920. O homem pode gozar na Terra uma felicidade completa?
      — Não, pois a vida lhe foi dada como prova ou expiação, mas dele depende abrandar os seus males e ser tão feliz, quanto se pode ser na Terra.
      921. Concebe-se que o homem seja feliz na Terra quando a Humanidade estiver transformada, mas, enquanto isso não se verifica, pode cada um gozar de uma felicidade relativa?
      — O homem é, na maioria das vezes, o artífice de sua própria infelicidade. Praticando a lei de Deus, ele pode poupar-se a muitos males e gozar de uma felicidade tão grande quanto o comporta a sua existência num plano grosseiro.
Comentário de Kardec: O homem bem compenetrado do seu destino futuro não vê na existência corpórea mais do que uma rápida passagem. É como uma parada momentânea numa hospedaria precária. Ele se consola facilmente de alguns aborrecimentos passageiros, numa viagem que deve conduzi-lo a uma situação tanto melhor quanto mais atenciosamente tenha feito os seus preparativos para ela.
      Somos punidos nesta vida pelas infrações que cometemos às leis da existência corpórea, pelos próprios males decorrentes dessas infrações e pelos nossos próprios excessos Se remontarmos pouco a pouco à origem do que chamamos infelicidades terrenas veremos a estas, na sua maioria, como a conseqüência de um primeiro desvio do caminho certo. Em virtude desse desvio inicial, entramos num mau caminho e de conseqüência em conseqüência, caímos afinal na desgraça.
     922 A felicidade terrena é relativa à posição de cada um; o que e suficiente para a felicidade de um faz a desgraça de outro. Há, entretanto, uma medida comum de felicidade para todos os homens?
     - Para a vida material, a posse do necessário; para a vida moral, a consciência pura e a fé no futuro.
      923. Aquilo que seria supérfluo para um não se torna o necessário para outro, e vice-versa, segundo a posição?
      —Sim, de acordo com as vossas idéias materiais, os vossos preconceitos, a vossa ambição e todos os vossos caprichos ridículos, para os quais o futuro fará justiça quando tiverdes a compreensão da verdade. Sem dúvida, aquele que tivesse uma renda de cinquenta mil libras e a visse reduzida a dez. mil, considerar-se-ia muito infeliz, por não poder continuar fazendo boa figura, mantendo o que chama a sua classe, ter bons cavalos e lacaios, satisfazer a  todas as paixões etc. Julgaria faltar-lhe o necessário. Mas. francamente, podes considerá-lo digno de lástima, quando ao seu lado há os que morrem de fome  e de frio, sem um lugar em que repousar a cabeça! O homem sensato, para ser feliz., olha para baixo e jamais para os que lhe estão acima, a não ser para elevar sua alma ao infinito. (Ver item 715.)
      924. Existem males que não dependem da maneira de agir e que ferem o homem mais justo. Não há algum meio de se preservar deles?
      — O atingido deve resignar-se e sofrer sem queixa, se deseja progredir. Entretanto, encontra sempre uma consolação na sua própria consciência,  que lhe dá a esperança de um futuro melhor, quando ele faz. o necessário para obtê-lo.
       925. Por que Deus beneficia com os bens da fortuna certos homens que não parecem merecê-los?
       — Esse é um favor aos olhos daqueles que não enxergam alem do presente; mas sabei-o, a fortuna e uma prova geralmente mais perigosa que a miséria. (Ver itens 814 e seguintes.)
       926. A civilização, criando novas necessidades, não é a fonte de novas aflições?        
       — Os males deste mundo estão na razão das necessidades artificiais  que criais para vós mesmos. Aquele que sabe limitar os seus desejos e ver sem cobiça o que estafara das suas possibilidades, poupa-se a muitos  aborrecimentos nesta vida. O mais rico é aquele que tem menos necessidades
        Invejais os prazeres dos que vos parecem os felizes do mundo Mas sabeis, por acaso, o que lhes está reservado? Se não gozam senão para si  mesmos, são egoístas e terão de sofrera reverso. Lamentai-os, antes de invejá-los! Deus, às vezes, permite que o mau prospere, mas essa felicidade não é para se invejar, porque a pagará com lágrimas amargas. Se o justo é infeliz é porque passa por uma prova que lhe será levada em conta, desde que a saiba suportar com coragem. Lembrai-vos das palavras de Jesus: “Bem-aventurados os que sofrem, porque serão consolados”.
       927. O supérfluo não é, por certo, indispensável à felicidade, mas não se da o mesmo com o necessário. Ora, a desgraça daqueles que estão privados do necessário não é real?
       - O homem não é verdadeiramente desgraçado senão quando sente a falta daquilo que lhe é necessário para a vida e a saúde do corpo Essa privação e talvez a conseqüência de sua própria falta e então ele só deve queixar-se de si mesmo. Se a falta fosse de outro, a responsabilidade caberia a quem a tivesse causado.
       928. Pela natureza especial das aptidões naturais, Deus indica evidentemente a nossa vocação neste mundo. Muitos males não provêm do fato de não seguirmos essa vocação?
       - Isso é verdade, e muitas vezes são os pais que, por orgulho ou avareza fazem os filhos se desviarem do caminho traçado pela Natureza comprometendo-lhes com isso a felicidade. Mas serão responsabilizados.’
      928 – a) Então considerais justo que o filho de um homem da alta sociedade fabricasse tamancos, por exemplo, se fosse essa a sua aptidão?
      - Não se precisa cair no absurdo nem no exagero: a civilização tem as suas necessidades. Por que o filho de um homem da alta sociedade como dizes, teria de fazer tamancos, se pode fazer outras coisas ? Ele poderá sempre se tornar útil na medida de suas faculdades, se não as aplicar em sentido contrário. Assim, por exemplo, em vez de um mau advogado, poderia ser talvez um bom mecânico etc.
Comentário de Kardec: O deslocamento de sua esfera intelectual é seguramente uma das causas mais freqüentes de decepção. A inaptidão para a carreira abraçada é uma fonte inesgotável de reveses. Depois, o amor-próprio vem juntar-se a isso, impedindo o homem de recorrer a uma profissão mais humilde e lhe mostra  o suicídio como o supremo remédio para escapar ao que ele julga uma humilhação. Se uma educação moral o tivesse preparado acima dos tolos preconceitos do orgulho, jamais ele seria apanhado desprevenido.
      929. Há pessoas que, privadas de todos os recursos,mesmo quando reine a abundância em seu redor, não vêem outra perspectiva de solução para o seu caso a não ser a morte. Que devem fazer? Deixar-se morrer de fome?
      — O homem jamais deve ter a idéia de se deixar morrer de fome, pois sempre encontraria meios de se alimentar, se o orgulho não se interpusesse entre a necessidade e o trabalho.  Freqüentemente dizemos que não há profissões humilhantes e que não é o ofício de desonra; mas dizemos para os outros e não para nós.
       930. É evidente que, sem os preconceitos sociais, pelos quais se deixa dominar, o homem sempre encontraria um trabalho qualquer que o pudesse ajudar a viver, mesmo deslocado de sua posição. Mas entre as pessoas que não tem preconceitos ou que os põem de lado, não há as que estão impossibilitadas de prover as suas necessidades em conseqüência de moléstias ou outras causas independentes de sua vontade?
     — Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo, ninguém deve morrer de fome.
Comentário de Kardec: Com uma organização social previdente e sábia, o homem não pode sofrer necessidades, a não ser por sua culpa. Mas as próprias culpas do homem são freqüentemente o resultado do meio em que ele vive. Quando o homem praticar a lei de Deus, disporá de uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade e com isso mesmo ele será melhor. (Ver item 793)
         931. Por que as classes sociais sofredoras são mais numerosas do que as felizes?
      — Nenhuma é perfeitamente feliz, pois aquilo que se considera a felicidade muitas vezes oculta pungentes aflições. O sofrimento está por toda parte. Entretanto, para responder ao teu pensamento, direi que as classes a que chamas sofredoras são mais numerosas porque a Terra é um lugar de expiação. Quando o homem a tiver transformado em morada do bem e dos bons espíritos, não mais será infeliz nesse mundo, que será para ele o paraíso terrestre.
         932. Por que, neste mundo, os maus exercem geralmente maior influência  sobre os bons?
       — Pela fraqueza dos bons. Os maus são intrigantes e audaciosos; os bons são tímidos. Estes, quando quiserem, assumirão a preponderância.
         933. Se é o homem, em geral, o artífice dos seus sofrimentos materiais sê-lo-á também dos sofrimentos morais?
       — Mais ainda, pois os sofrimentos materiais são, às vezes, independentes da vontade, enquanto o orgulho ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, enfim constituem torturas da alma.
       Inveja e ciúme!, felizes os que não conhecem esses dois vermes vorazes. Com a inveja e o ciúme, não há calma, não há repouso possível.  Para aquele que sofre desses males, os objetos da sua cobiça, do seu ódio e do seu despeito; se erguem diante dele como fantasmas que não o deixam em paz e o perseguem até no sono. O invejoso e o ciumento vivem num estado de febre contínua. É essa uma situação desejável? Não compreendeis que, com essas paixões, o homem cria para si mesmo suplícios voluntários e que a Terra se transforma para ele num verdadeiro inferno?
Comentário de Kardec: Muitas expressões figuram energicamente os efeitos de algumas paixões. Diz-se: está inchado de orgulho, morrer de inveja, secar de ciúme ou de despeito,  perder o apetite por ciúmes etc. esse quadro nos dá bem a verdade. Às vezes, o ciúme nem tem objeto determinado. Há pessoas que se mostram naturalmente ciumentas de todos os que se elevam, de todos os que saem da vulgaridade, mesmo quando não tenham no caso nenhum interesse direto, mas unicamente por não poderem atingir o mesmo plano. Tudo aquilo que parece acima do horizonte comum as ofusca, e, se formassem a maioria da sociedade, tudo desejariam rebaixar ao seu próprio nível. Temos nestes casos o ciúme aliado à mediocridade.
       O homem é infeliz ,geralmente, pela importância que liga às coisas deste mundo.  A vaidade, a ambição e a cupidez fracassadas o fazem infeliz. Se ele se elevar acima do circulo estreito da vida material, se elevar o seu pensamento ao infinito, que é o seu destino, as vicissitudes  da Humanidade lhe parecerão mesquinhas e pueris, como as mágoas da criança que se aflige pela perda de um brinquedo que representava a sua felicidade suprema.
       Aquele que só encontra a felicidade na satisfação do orgulho e dos apetites grosseiros é infeliz quando não os pode satisfazer, enquanto o que não se interessa pelo supérfluo se sente feliz com aquilo que para os outros constituiria infortúnio.
       Referimo-nos aos homens civilizados porque o selvagem, tendo necessidades mais limitadas, não tem os mesmos motivos de cobiça e de angústias; sua maneira de ver as coisas é muito diferente. No estado de civilização, o homem pondera  a sua infelicidade, a analisa, e por isso é mais afetado por ela, mas pode também ponderar e analisar os seus meios de consolação. Esta consolação ele a encontra no sentimento cristão, que lhe dá a esperança de um futuro melhor, e no Espiritismo, que lhe dá a certeza do futuro(1).





(1) Consultar “A Gênese”, onde Kardec analisa os motivos do aparecimento do Espiritismo em meados do século dezenove, quando o mundo atingia um estado de adiantada civilização. O conhecimento da realidade espírita da vida só é possível, em sua plenitude, em  mundos civilizados, da mesma maneira que no estado de civilização esse conhecimento é um imperativo do próprio progresso e um meio de acelera-lo.(Ver “A Gênese”, cap. I, itens 16 a 18 e particularmente o período final deste último.) (N. do T.)

 

ANJOS DA GUARDA


       489. Há Espíritos que se ligam a um indivíduo em particular para o  proteger?                                                         
       Sim, o irmão espiritual; é o que chamais o bom Espírito ou o bom gênio.
       490. Que se deve entender por anjo da guarda?
      O Espírito protetor de uma ordem elevada.
      491. Qual a missão do Espírito protetor?
      — A de um pai para com os filhos: conduzir o seu protegido pelo bom caminho, ajudá-lo com os seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições sustentar sua coragem nas provas da vida.
      492. O Espírito protetor é ligado ao indivíduo desde o seu nascimento?
      Desde o nascimento até a morte, e freqüentemente o segue depois da morte, na vida espírita, e mesmo através de numerosas experiências corpóreas porque essas existências não são mais do que fases bem curtas da vida do Espírito.
      493. A missão do Espírito protetor é voluntária ou obrigatória?
      O Espírito é obrigado a velar por vós porque aceitou essa tarefa mas pode escolher os seres que lhe são simpáticos. Para uns, isso é um prazer; para outros, uma missão ou um dever.
      493 – a) Ligando-se a um pessoa, o Espírito renuncia a proteger outros
indivíduos?
      Não, mas o faz de maneira mais geral.
     494. O Espírito protetor está fatalmente ligado ao ser que foi confiado à sua guarda?
     Acontece freqüentemente que certos Espíritos deixam sua posição pura cumprir diversas missões, mas nesse caso são substituídos.
     495. O Espírito protetor abandona, às vezes, o protegido, quando este se mostra rebelde às suas advertências?
     Afasta-se quando vê que os seus conselhos são inúteis e que é mais forte a vontade do protegido em submeter-se à influência dos Espíritos inferiores, mas não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. É o homem quem lhe fecha os ouvidos. Ele volta, logo que chamado.
     Há uma doutrina que deveria converter os mais incrédulos, por seu encanto e por sua doçura: a dos anjos da guarda. Pensar que tendes sempre ao vosso lado seres que vos são superiores, que estão sempre ali para vos aconselhar, vos sustentar, vos ajudar a escalar a montanha escarpada do bem, que são amigos mais firmes e mais devotados que as mais íntimas ligações que se possam contrair na Terra, não é essa uma idéia bastante consoladora? Esses seres ali estão por ordem de seu Deus, que os colocou ao vosso lado; ali estão por seu amor, e cumprem junto a vos todos uma bela mas penosa missão. Sim, onde quer que estiverdes, vosso anjo estará convosco: nos cárceres, nos hospitais, nos antros do vício, na solidão, nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas do qual vossa alma recebe os mais doces impulsos e ouve os mais sábios conselhos.
     Ah!, por que não conheceis melhor esta verdade? Quantas vezes ela vos ajudaria nos momentos de crise; quantas vezes ela vos salvaria dos maus Espíritos! Mas no dia decisivo este anjo de bondade terá muitas vezes de vos dizer: “Não te avisei disso? E não afizeste! Não te mostrei o abismo? E nele te precipitaste! Não fiz soar na tua consciência a voz da verdade, e não seguiste os conselhos da mentira?”. Ah!, interpelai vossos anjos da guarda, estabelecei entre vós e eles essa terna intimidade que reina entre os melhores amigos! Não penseis em lhes ocultar nada, pois eles são os olhos de Deus e não os podeis enganar! Considerai o futuro; procurai avançar nesta vida, e vossas provas serão mais curtas, vossas existências mais felizes. Vamos, homens, coragem! Afastai para longe de vós, de uma vez por todas, preconceitos e segundas intenções! Entrai na nova via que se abre diante de vós, marchai,marchai! Tendes guias, segui-os; a meta não vos pode faltar porque essa meta é o próprio Deus.
      Aos que pensassem que é impossível a Espíritos verdadeiramente elevados se restringirem a uma tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que influenciamos as vossas almas, embora estando a milhões de léguas de distância: para nós o espaço não existe, e mesmo vivendo em outro mundo os nossos Espíritos, conservam sua ligação convosco. Gozamos de faculdades que não podeis compreender, mas estais certos de que Deus não vos impôs uma tarefa acima de vossas forças, nem vos abandonou sozinhos sobre a Terra, sem amigos e sem amparo.
    Cada anjo da guarda tem o seu protegido e vela por ele como um pai vela pelo filho.  Sente-se feliz quando o vê no bom caminho; chora quando os seus conselhos são desprezados.
     Não temais fatigar-nos com as vossas perguntas; permanecei, pelo contrário, sempre em contato conosco: sereis então mais forte e mais felizes. São essas comunicações de cada homem com seu Espírito familiar que fazem médiuns a todos os homens, médiuns hoje ignorados, mas que mais tarde se manifestarão, derramando-se como um oceano sem bordas para fazer refluir a incredulidade e a ignorância. Homens instruídos, instruí; homens de talento, educai vossos irmãos. Não sabeis que a obra assim realizais: é a do Cristo, a que Deus vos impõe. Por que Deus vos concedeu a inteligência e a ciência, senão para as repartirdes com vossos irmãos, para os adiantar na senda da ventura e da eterna bem aventurança?
                                                                        São Luis, Santo Agostinho.




 Comentário de Kardec: A doutrina dos anjos da guarda, velando pelos protegidos apesar da distância que separa os mundos, nada tem que deva surpreender, pelo contrário, é grande e sublime.  Não vemos sobre a Terra um pai velar pelo filho, ainda que esteja distante, e ajuda-lo com seus conselhos através da correspondência?  Que haveria de admirar em que os Espíritos possam guiar, de um mundo ao outro, os que tomaram sob sua proteção, pois se, para eles, a distância que separa os mundos é menor que a que divide os continentes da Terra? Não dispõem eles do fluido universal que liga a todos os mundos e os torna solidários, veículo imenso da transmissão do pensamento, como o ar é para nós o veículo da transmissão do som?
       496. O Espírito que abandona o seu protegido, não mais lhe fazendo o bem, pode fazer-lhe mal?
     — Os bons Espíritos jamais fazem o mal; deixam que o façam os que lhes tomam o lugar, e então acusais a sorte pelas desgraças que vos oprimem, enquanto a falta é vossa.                   
     497. O Espírito protetor pode deixar o seu protegido à mercê de um Espírito que o quisesse mal?
     Existe a união dos maus Espíritos para neutralizar a ação dos bons, mas, se o protegido quiser, dará toda força ao seu bom Espírito. Esse talvez encontre, em algum lugar, uma boa vontade a ser ajudada, e a aproveita, esperando o momento de voltar junto ao seu protegido.
     498. Quando o Espírito protetor deixa o seu protegido se extraviar na vida, é por impotência para enfrentar os Espíritos maléficos?
     Não é por impotência, mas porque ele não o quer: seu protegido sai das provas mais perfeito e instruído, e ele o assiste com os seus conselhos, pelos bons pensamentos que lhe sugere, mas que infelizmente nem sempre são ouvidos. Não é senão a fraqueza, o desleixo ou o orgulho do homem que dão força aos maus Espíritos. Seu poder sobre vós só provém do fato de não lhes opordes resistência.
     499.0 Espírito está constantemente com o protegido? Não existe alguma circunstância em que, sem o abandonar, o perca de vista?
     Há circunstâncias em que a presença do Espírito protelar não é necessária, junto ao protegido.
     500. Chega um momento em que o Espírito não tem mais necessidade do anjo da guarda?
     Sim, quando se torna capaz de guiar-se por si mesmo, como chega um momento em que o estudante não mais precisa de mestre. Mas isso não acontece na Terra.
     501. Por que a ação dos Espíritos em nossa vida é oculta, e por que, quando eles nos protegem, não o fazem de maneira ostensiva?
     Se contásseis com o seu apoio, não agiríeis por vós mesmos e o vosso Espírito não progrediria. Para que ele possa adiantar-se, necessita de experiência e em. geral é preciso que adquira à sua custa; é necessário que exercite as suas forças, sem o que seria como uma criança a quem não deixam andar sozinha. A ação dos Espíritos que vos querem bem é sempre de maneira a vos deixar o livre-arbítrio, porque se não tivésseis responsabilidade não vos adiantaríeis na senda que vos deve conduzir a Deus. Não vendo quem o ampara, o homem se entrega às suas próprias forças; não obstante, o seu guia vela por ele e de quando em quando o adverte do perigo.
     502. O Espírito protetor que consegue conduzir o seu protegido pelo bom caminho experimenta com isso algum bem para si mesmo?
     É um mérito que lhe será levado em conta, seja para o seu próprio adiantamento, seja para sua felicidade. Ele se sente feliz quando vê os seus cuidados coroados de sucesso; é para ele um. triunfo, como um preceptor triunfa com os sucessos do seu discípulo.
      502 – a) É ele responsável, quando não o consegue?
      Não, pois fez o que dele dependia.
      503. O Espírito protetor que vê o seu protegido seguir um mau caminho, apesar dos seus avisos, não sofre com isso e não vê, assim, perturbada a sua felicidade?
      Sofre com os seus erros e os lamenta mas essa aflição nada tem das angústias da paternidade terrena, porque ele sabe que há remédio para o mal, e que o que hoje não se fez, amanhã se fará.
      504. Podemos sempre saber o nome do nosso Espírito protetor ou anjo da guarda?
      Como quereis saber nomes que não existem para vós? Acreditais, então, que só existem os Espíritos que conheceis?
      504 – a) Como então o invocar, se não o conhecemos?
      Dai-lhe o nome que quiserdes, o de um Espírito superior pelo qual tendes simpatia e veneração; vosso protetor atenderá a esse apelo, porque todos os bons Espíritos são irmãos e se assistem mutuamente.
      505. Os Espíritos protetores que tomam nomes comuns são sempre os de pessoas que tiveram esses nomes?
      Não, mas Espíritos que lhes são simpáticos e que, muitas vezes, vêm por sua ordem. Necessitais de um nome: então, eles tomam um que vos inspire confiança. Quando não podeis cumprir pessoalmente uma missão, enviais  alguém de vossa confiança que age em vosso nome.
      506. Quando estivermos na vida espírita reconheceremos nosso Espírito protetor?
      Sim, pois freqüentemente o conhecestes antes da vossa encarnação.
       507. Os Espíritos protetores pertencem todos à classe dos Espíritos superiores? Podem ser encontrados entre os da classe média? Um pai, por exemplo, pode tornar-se Espírito protetor de seu filho?
       Pode, mas a proteção supõe um certo grau de elevação, e um poder e uma virtude a mais, concedidos por Deus. O pai que protege o filho pode ser assistido por um Espírito mais elevado.
        508. Os Espíritos que deixaram a Terra em boas condições podem sempre  proteger os que os amaram e lhes sobreviveram?
     Seu poder é mais ou menos restrito; a posição em que se encontram não lhes permite inteira liberdade de ação.
     509. Os homens no estado selvagem ou de inferioridade moral têm igualmente seus Espíritos protetores, e nesse caso esses Espíritos são de uma ordem tão elevada como os dos homens adiantados?
     Cada homem tem um Espírito que vela por ele, mas as missões são relativas ao seu objeto. Não dareis a uma criança que aprende a ler um professor de filosofia. O progresso do Espírito familiar segue o do Espírito protegido. Tendo um Espírito superior que vela por vós, podeis também vos tornardes o protetor de um Espírito que vos seja inferior, e o progresso que o ajudardes afazer contribuirá para o vosso adiantamento. Deus não pede ao Espírito mais do que aquilo que a sua natureza e o grau a que tenha atingido possam comportar.
     510. Quando o pai que vela pelo filho se reencarna, continua ainda a velar por ele?
     Isso é mais difícil, mas ele pede, num momento de desprendimento, que um Espírito simpático o assista nessa missão. Aliás, os Espíritos não aceitam senão as missões que podem cumprir até o fim.
     O Espírito encarnado, sobretudo nos mundos onde a existência é material, é demasiado sujeito ao corpo para poder devotar-se inteiramente a outro, ou seja, assisti-lo pessoalmente. Eis porque os não suficientemente elevados estão sob a assistência de Espíritos que lhes são superiores, de tal maneira que, se um faltar, por um motivo qualquer, será substituído por outro.
     511. Além do Espírito protetor, um mau Espírito é ligado a cada indivíduo com o fim de impulsioná-lo ao mal e de lhe propiciar uma ocasião de lutar entre o bem e o mal?
     Ligação não é bem o termo. É bem verdade que os maus Espíritos procuram desviar o homem do bom caminho quando encontra ocasião, mas quando um deles se liga a um indivíduo o faz por si mesmo, porque espera ser escutado; então haverá luta entre o bom e o mau e vencerá aquele a cujo domínio o homem se entregar.
      512. Podemos ter muitos Espíritos protetores?
     Cada homem tem sempre Espíritos simpáticos, mais ou menos elevados, que lhe dedicam afeição e se interessam por ele, como há, também, os que o assistem no mal. 
        513. Agem os Espíritos simpáticos em virtude de uma missão?
       —Às vezes podem ter uma missão temporária mas em geral são apenas solicitados pela similitude de pensamentos e de sentimentos, no bem como no   mal.
       513 – a) Parece resultar daí que os Espíritos simpáticos podem ser bons ou maus?
       Sim, o homem encontra sempre Espíritos que simpatizam com ele qualquer que seja o seu caráter.
       514. Os Espíritos familiares são a mesma coisa que os Espíritos Simpáticos ou os Espíritos protetores?
       Há muitas gradações na proteção e na simpatia. Dai-lhes os nomes que quiserdes. O Espírito familiar é antes de tudo o amigo da casa.
Comentário de Kardec: Das explicações acima e das observações feitas sobre a natureza dos Espíritos que se ligam ao homem podemos deduzir o seguinte:
       O Espírito protetor, anjo da guarda ou bom gênio, é aquele que tem por missão seguir o homem na vida e o ajudar a progredir. É sempre de uma natureza superior à do protegido.
       Os Espíritos familiares se ligam a certas pessoas por meio de laços mais ou menos duráveis, com o fim de ajudá-las na medida de seu poder, freqüentemente bastante limitado. São bons, mas às vezes pouco adiantados e mesmo levianos, ocupam-se voluntariamente de pormenores da vida íntima e só agem por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores.
       Os Espíritos simpáticos são os que atraímos a nós por afeições particulares e uma certa semelhança de gostos e de sentimentos, tanto no bem como no mal. A duração de suas relações é quase sempre subordinada às circunstâncias.
      O mau gênio é um Espírito imperfeito ou perverso que se liga ao homem com o fim de o desviar do bem, mas age pelo seu próprio impulso e não em virtude de  uma missão. Sua tenacidade está na razão do acesso mais fácil ou mais difícil que encontre. O homem é sempre livre de ouvir a sua voz ou de a repelir.
      515. Que se deve pensar dessas pessoas que parecem ligar-se a certos indivíduos para levá-los fatalmente à perdição ou para guiá-los no bom caminho?
      Algumas pessoas exercem um efeito sobre outras, uma espécie de fascinação que parece irresistível. Quando isso acontece para o mal são maus Espíritos, de que se servem outros maus Espíritos, para melhor subjugarem as suas vítimas. Deus pode permiti-lo para vos experimentar.
      516. Nosso bom e nosso mau gênios poderiam encarnar-se para nos acompanharem na vida de maneira mais direta?
     Isso acontece algumas vezes, mas freqüentemente, também, eles    encarregam dessa missão outros espíritos encarnados que lhes são simpáticos.
     517. Há Espíritos que se ligam a toda uma família para protegê-la?
     Alguns Espíritos se ligam aos membros de uma mesma família, que vivem juntos e são unidos por afeição, mas não acrediteis em Espíritos protetores do orgulho das raças.
     518. Sendo os Espíritos atraídos aos indivíduos por simpatia, serão igualmente a reuniões de indivíduos, por motivos particulares?
     Os Espíritos vão de preferência aonde estão os seus semelhantes, pois nesses lugares podem estar à vontade e mais seguros de ser ouvidos. O homem atrai os Espíritos em razão de suas tendências, quer esteja só ou constitua um todo coletivo, como uma sociedade, uma cidade ou um povo. Há, pois, sociedades, cidades e povos que são assistidos por Espíritos mais ou menos elevados, segundo o seu caráter e as paixões que os dominam. Os Espíritos imperfeitos se afastam dos que os repelem e disso resulta que o aperfeiçoamento moral de um todo coletivo, como o dos indivíduos, tende a afastar os maus Espíritos e a atrair os bons, que despertam e mantêm o sentimento do bem nas massas, da mesma maneira por que outros podem insuflar-lhes as más paixões.
      519. As aglomerações de indivíduos, como as sociedades, as cidades, as nações têm o seus Espíritos protetores especiais?
     Sim, porque essas reuniões são de individualidades coletivas que marcham para um objetivo comum e têm necessidade de uma direção superior.
      520. Os Espíritos protetores das massas são de natureza mais elevada que a dos que se ligam aos indivíduos?
      Tudo é relativo ao grau de adiantamento das massas como dos indivíduos.
      521. Alguns Espíritos podem ajudar o progresso das Artes, protegendo os que delas se ocupam?
      Há Espíritos especiais e que assistem aos que os invocam, quando os julgam dignos; mas que quereis que eles façam com os que crêem ser o que não são? Eles não podem fazer ver os cegos nem ouvir os surdos.
  Comentário de Kardec: Os antigos haviam feito desses Espíritos divindades especiais. As Musas eram a personificação alegórica dos Espíritos protetores das Ciências e das Artes, como designavam pelos nomes de lares e penates os Espíritos protetores da família. Entre os modernos, as artes, as diferentes indústrias, as cidades, os países têm também seus patronos ou protetores, que são os Espíritos superiores, mas sob outros nomes.
      Cada homem tendo os seus Espíritos simpáticos, disso resulta que em todas as coletividades a generalidade dos Espíritos simpáticos está em relação com a generalidade dos indivíduos; que os Espíritos estranhos são para elas atraídos pela identidade de gostos e de pensamentos; em uma palavra, que essas aglomerações, tão bem como os indivíduos, são mais ou menos bem envolvidas, assistidas e influenciadas segundo a natureza dos pensamentos da multidão.
      Entre os povos, as causas de atração dos Espíritos são os costumes, os hábitos, o caráter dominante, as leis, sobretudo, porque o caráter da nação se reflete nas suas leis. Os homens que fazem reinar a justiça entre eles combatem a influência dos maus Espíritos. Por toda parte onde a lei consagra as coisas injustas, contrárias à Humanidade, os bons Espíritos estão em minoria e a massa dos maus, que para ali afluem, entretém a nação nas suas idéias e paralisam as boas influências parciais, que ficam perdidas na multidão, como espigas isoladas em meio de espinheiros. Estudando-se os costumes dos povos, ou de qualquer reunião de homens, é fácil, portanto, fazer idéia da população oculta que se imiscui nos seus pensamentos e nas suas ações(1).