quinta-feira, 8 de agosto de 2013

.ALGUMAS COGITAÇÕES ESPÍRITAS SOBRE FATALIDADE, LIVRE-ARBÍTRIO E OUTROS DILEMAS

 
  1.  Como apreender a magnanimidade da Bondade de Deus e o ensinamento do Cristo, ante as trágicas mortes coletivas, a exemplo das ocorridas em l961, naquele patético incêndio do "Gran Circus Norte-Americano", em Niterói? Como compreender os óbitos registrados no terremoto que atingiu a cidade histórica de Bam, no Irã, no final de 2003? Como explicar o acidente com o Boeing da Flash Airlines, que ocorreu no Egito, provocando a morte de 148 pessoas que estavam a bordo daquela aeronave, em 3 de janeiro de 2004? Qual o significado dos que foram tragados pelas águas do Tsunami, tragédia cujas dimensões deixaram o mundo inteiro consternado? O que pensar, ainda, sobre o naufrágio do Titanic, transatlântico que transportava cerca de 2.200 pessoas? O que dizer das quase 3.000 vítimas decorrentes do ataque às Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, a 11 de setembro de 2001? Como interpretar esses destinos?

    No dia 17 de julho de 2007, ocorreu aquele acidente aéreo com o Airbus da TAM, que se chocou contra um prédio da empresa, ao lado do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. Parecem-nos evidentes episódios de resgates coletivos. Quanto aos parentes mais próximos das vítimas de tais tragédias, como inseri-los no contexto dos fatos? Pela lógica da vida, eles (os parentes, sobretudo os pais), muitas vezes, foram cúmplices de delitos lamentáveis no passado, e, por isso, necessitam passar por essas penas, entronizando-se, aqui, a ideia de que o acaso não existe na concepção espírita.
    Para as tragédias coletivas, somente o Espiritismo tem as respostas coerentes, profundas e claras, que explicam, esclarecem e, por via de consequência, consolam os corações humanos, perante os ressaibos amargosos dessas situações.

    O fato é que nós criamos a culpa, e nós mesmos formatamos os processos para extinguir os efeitos.
    Muitos desses acertos de contas são demonstrados pelos Espíritos, em diversas obras da literatura espírita. André Luiz narra um desastre aéreo, em que o piloto, confuso pelo denso nevoeiro, não pôde evitar o choque da grande aeronave, espatifando-se contra a montanha. Neste caso, um instrutor espiritual comenta que "as vítimas certamente cometeram faltas em outras épocas, atirando irmãos indefesos da parte superior de torres altíssimas para que seus corpos se espatifassem no chão; suicidas que se lançaram de altos picos ou edifícios, que por enquanto só encontraram recursos em tão angustiante episódio para transformarem a própria situação". (1)

    Autores espirituais explicam, a respeito desse assunto, que indivíduos envolvidos em crimes violentos, no passado e, também, no presente, a lei os traz de volta, por terem descuidado da ética evangélica. Retornam e se agrupam em determinado tempo e local, sofrendo mortes acidentais de várias naturezas, inclusive nas calamidades naturais. Assim, antes de reencarnarmos, sob o peso de débitos coletivos, somos informados, no além-túmulo, dos riscos a que estamos sujeitos, das formas pelas quais podemos quitar a dívida, porém, o fato, por si só, não é determinístico, até porque dependem de circunstâncias várias em nossas vidas a sua consumação, uma vez que a lei cármica admite flexibilidade, quando o amor rege a vida e "o amor cobre uma multidão de pecados". (2)

    Fonte: O Apostolo do Espiritismo

    Referência bibliográfica:

    1. Xavier, Francisco Cândido. Ação e Reação, Cap. XVIII, RJ: Ed. FEB, 2005.
    2. Cf. Primeira Epístola de Pedro, Cap. 4:8.

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