quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Texto extraído de: O Evangelho Segundo o Espiritismo

Prestar muita atenção
6. Não acumuleis tesouros na Terra, onde a
ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam;
– acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os
comem; – porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso
coração.
Eis por que vos digo: Não vos inquieteis por saber onde
achareis o que comer para sustento da vossa vida, nem de onde tirareis
vestes para cobrir o vosso corpo. Não é a vida mais do que o alimento e o
corpo mais do que as vestes?
Observai os pássaros do céu: não
semeiam, não ceifam, nada guardam em celeiros; mas, vosso Pai celestial
os alimenta. Não sois muito mais do que eles? – e qual, dentre vós, o
que pode, com todos os seus esforços, aumentar de um côvado a sua
estatura?
Por que, também, vos inquietais pelo vestuário? Observai
como crescem os lírios dos campos: não trabalham, nem fiam; –
entretanto, eu vos declaro que nem Salomão, em toda a sua glória, jamais
se vestiu como um deles. – Ora, se Deus tem o cuidado de vestir dessa
maneira a erva dos campos, que existe hoje e amanhã será lançada na
fornalha, quanto maior cuidado não terá em vos vestir, ó homens de pouca
fé!
Não vos inquieteis, pois, dizendo: Que comeremos? ou: que
beberemos? ou: de que nos vestiremos? – como fazem os pagãos, que andam à
procura de todas essas coisas; porque vosso Pai sabe que tendes
necessidade delas.
Buscai primeiramente o reino de Deus e a sua
justiça, que todas essas coisas vos serão dadas de acréscimo. – Assim,
pois, não vos ponhais inquietos pelo dia de amanhã, porquanto o amanhã
cuidará de si. A cada dia basta o seu mal. (S. MATEUS, 6:19 a 21 e 25 a
34.)
7. Interpretadas à letra, essas palavras seriam a negação de
toda previdência, de todo trabalho e, conseguintemente, de todo
progresso. Com semelhante princípio, o homem limitar-se-ia a esperar
passivamente. Suas forças físicas e intelectuais conservar-se-iam
inativas. Se tal fora a sua condição normal na Terra, jamais houvera ele
saído do estado primitivo e, se dessa condição fizesse ele a sua lei
para a atualidade, só lhe caberia viver sem fazer coisa alguma. Não pode
ter sido esse o pensamento de Jesus, pois estaria em contradição com o
que disse de outras vezes, com as próprias leis da Natureza. Deus criou o
homem sem vestes e sem abrigo, mas deu-lhe a inteligência para
fabricá-los. (Cap. XIV, nº 6; cap. XXV, nº 2.)
Não se deve, portanto,
ver, nessas palavras, mais do que uma poética alegoria da Providência,
que nunca deixa ao abandono os que nela confiam, querendo, todavia, que
esses, por seu lado, trabalhem. Se ela nem sempre acode com um auxílio
material, inspira as idéias com que se encontram os meios de sair da
dificuldade. (Cap. XXVII, nº 8.)
Deus conhece as nossas necessidades e
a elas provê, como for necessário. O homem, porém, insaciável nos seus
desejos, nem sempre sabe contentar-se com o que tem: o necessário não
lhe basta; reclama o supérfluo. A Providência, então, o deixa entregue a
si mesmo. Freqüentemente, ele se torna infeliz por culpa sua e por
haver desatendido à voz que por intermédio da consciência o advertia.
Nesses casos, Deus fá-lo sofrer as conseqüências, a fim de que lhe
sirvam de lição para o futuro. (Cap. V, nº 4.)
8. A Terra produzirá o
suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens
souberem administrar, segundo as leis de justiça, de caridade e de amor
ao próximo, os bens que ela dá. Quando a fraternidade reinar entre os
povos, como entre as províncias de um mesmo império, o momentâneo
supérfluo de um suprirá a momentânea insuficiência do outro; e cada um
terá o necessário. O rico, então, considerar-se-á como um que possui
grande quantidade de sementes; se as espalhar, elas produzirão pelo
cêntuplo para si e para os outros; se, entretanto, comer sozinho as
sementes, se as desperdiçar e deixar se perca o excedente do que haja
comido, nada produzirão, e não haverá o bastante para todos. Se as
amontoar no seu celeiro, os vermes as devorarão. Daí o haver Jesus dito:
"Não acumuleis tesouros na Terra, pois que são perecíveis; acumulai-os
no céu, onde são eternos." Em outros termos: não ligueis aos bens
materiais mais importância do que aos espirituais e sabei sacrificar os
primeiros aos segundos. (Cap. XVI, nos 7 e seguintes.)
A caridade e a
fraternidade não se decretam em leis. Se uma e outra não estiverem no
coração, o egoísmo aí sempre imperará. Cabe ao Espiritismo fazê-las
penetrar nele.

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